quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Respeitável público!!!

Até parece piada, na ultima terça-feira estava vendo TV, quando no noticiário apareceu uma nota que dizia: "Mônica Veloso Dobra as vendas de Playboy No Congresso". Para que se preocupar com a problemática do país? No Ultimo dia (9), um elevado número de servidores da casa se apresentaram para comprar a revista que trouxe a jornalista na capa, a tal pivô do escândalo que envolveu o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).

Só na banca principal, a que fica logo na entrada vendeu 40 edições, o dobro da média mensal em revistas desse gênero, em apenas quatro horas. Ao todo, apenas nesta terça-feira, foram aproximadamente 200 exemplares vendidos. Quanta empolgação!

Com certeza o assunto que mais repercutiu nos corredores, não foi a situação precária da educação brasileira, ou a calamidade que se encontram os setores públicos de saúde, ou a violência que aflige toda a nação, ou até mesmo a atual crise enfrentada por Renan. E sim nos quatro cantos do senado ouviram pela maior parte dos homens elogios sobre as curvas da jornalista, e de crítica por quase todas as mulheres.

Coitados têm uma justificativa, eles querem conferir todos os ângulos do alibe do escândalo, para ter autoridade na hora de proferir o voto contra a cassação. Mas para que se preocupar com os problemas do Brasil, se mesmo sem fazer nada tem nós idiotas que pagam suas contas...Até quando vamos estar a mercê dessa palhaçada? Nesse Congresso só falta à lona em cima para virar circo!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Bela BoBeira

Hoje vi um desgraçado na rua. Com roupas amarelas em todo o corpo, botas de couro tingido de amarelo e o mesmo aconteceu com o cabelo. Andava como se a caxumba tivesse descido para os testículos e tinha uns óculos escuros que afinavam ainda mais o rosto. E dizia, ao chacoalhar um papel amassado com sua foto:

-Sim! Olha só! Eu quero participar do próximo Big Brother! – ou qualquer coisa do tipo.

Mais um BBB vem por aí. A intenção do precursor dos reality shows parecia boa. Com o nome baseado no sistema de vigilância do livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro de George Orwell. O programa seria uma maneira de analisar pessoas confinadas em uma casa. Notar comportamentos diversos, quase um trabalho antropológico.

Claro que não é o que acontece. Na versão real um marombeiro, um “humilde”, três mulheres servidas de físico invejável, uma gordinha deslocada, um homossexual, uma encrenqueira e outros estereótipos, sem esquecer do magrelo sem graça e inexpressivo, são amontoados em uma casa recheada de câmeras e todos os telespectadores ficam ansiosos para ver quem vai bolinar quem debaixo dos lençóis na noite que está por vir.

É ridículo, todo mundo sabe o final do show e o futuro dessas celebridades cometas. Programas de auditório decadentes, comerciais chinfrins e etc... Bom, se olharmos bem, vamos notar que de certa forma podemos analisar as pessoas por meio do Big Brother, mas não as de dentro da tv (isso é fácil), verificaremos e tiraremos conclusões á respeito dos humanos que dão audiência. Esse grande irmão não passa da porcaria de um Caim e quem quer um Hermano assim?

domingo, 7 de outubro de 2007

Perto do futuro

Uma tarde sentada em uma praça qualquer é o suficiente para virar o livro de uma vida inteira. Algumas crianças brincam no balanço, algumas outras com seus carrinhos caros e os seus controles, ou a falta deles. Os pais observando tudo ali do outro lado. E você se lembra dos seus pés no chão e daquela brincadeira de "rouba-bandeira". Dali é um pulo pra adolescência. E tudo vai se perdendo na vida adulta. A educação muda a cada novo respirar. E essa sociedade vai formando esses pequenos cidadãos para correr um pouco mais no futuro.

O noticiário mostra os frutos da perda de referências pelo caminho. Os almoços de domingo não transmitem mais aquele respeito familiar que eu só vejo em filmes, onde todos estão juntos, e os avós são o centro. As crianças já não respeitam mais os idosos. Todo mundo passa tão correndo e eles só queriam viver.

Tenho medo do futuro, e realmente acho que a gente precisa mudar os passos do presente.

sábado, 6 de outubro de 2007

Incendiários da melancolia

Parece louvável a preocupação que os pais têm com o bem estar de seus filhos e a maneira protetora como costumam distanciá-los das situações de risco ou apenas desagradáveis. Embora isso possa aleijá-los para um futuro mais sofrido, o amor paternal sempre justifica a prolongação de uma vida amena.

É nisso que acredita a “
Happy Ending Foundation”, uma associação inglesa de pais obstinados pela satisfação literária de suas crianças, imprescindível para que não estejam submetidos a amarguras até em momentos de lazer. As “coisas feias” e os finais tristes não têm vez: vão à fogueira. Como se fosse uma seita, há crescente expansão no número de membros adeptos do “extermínio do mal à infância”.

Eles condenam a realidade e a ficção que não trazem prazer aos pequenos leitores assim como quem destrói toda uma cultura que não se encaixa nas suas particularidades morais. Papais e mamães em atos bárbaros privam uma geração de discernir conceitos e padronizam um novo mundo com nuvens de algodão doce. É nazismo cultural que glorifica livros arianos e queima os demais em prol de uma sociedade mais feliz.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Crítica moral

O filme “Tropa de Elite” vem rendendo discussão, desta vez o debate foi em torno de seu conteúdo moral. A diretora Lúcia Morat, de “Que Bom Te Ver Viva” (1989), sobre mulheres que sobreviveram à tortura pelo regime militar, afirmou que “a intenção de Padilha [diretor do filme] não foi fazer uma apologia da tortura, mas o filme perdeu o controle e terminou sendo uma apologia do Estado policial”. Outros cineastas concordam com a afirmação, “há problemas sérios do ponto de vista humanista”, afirmou Helvécio Ratton. O diretor Hector Babenco, autor de “Carandiru”, também não se manteve neutro: “Não discuto se [o filme de Padilha] é de direita, se é de esquerda, se é estética americana, se o Bope é fascista ou não é. Não me interessa. O que me interessa é que eu não me emocionei com o filme. Posso ter me aterrorizado em algum momento, mas essa não é uma sensação que eu busco no cinema.”

Padilha se defendeu contra o “linchamento moral” que seu filme vem sofrendo: “É uma puta injustiça comigo, uma atitude covarde, que prescinde da argumentação. Eu quase morro fazendo um filme que vai denunciar o absurdo da tortura, aí vem um idiota e fala que eu estou glorificando a tortura?”.

De qualquer maneira, “Tropa de Elite” não concorrerá ao Oscar. Uma comissão, da qual Rattan é membro, elegeu semana passada “O Ano em que Meus Pais saíram de Férias” como aspirante brasileiro ao Oscar de melhor filme estrangeiro.


fonte: Folha de São Paulo - "'Tropa' faz apologia do Estado policial"

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Desligue a TV e vá fazer um curta

O que é necessário para fazer um curta-metragem? No mínimo uma câmera e uma grande idéia. O que você precisa fazer para levar seu curta a um concurso sem pagar absolutamente nada? Ser usuário do YouTube.

O maior portal de vídeos divulgou, nesta quarta-feira (03), que está preparando seu primeiro concurso internacional de curtas-metragens. O Project Direct pretende "descobrir os melhores diretores de cinema que existem entre os usuários".

Brasil, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Itália e Reino Unido formam a lista de países que poderão participar do evento. Os internautas interessados deverão enviar seus vídeos de 7 de outubro a 9 de novembro. Variando entre dois e sete minutos, os filmes deverão ser em inglês ou legendados. Os participantes devem ser maior de idade e residir legalmente em algum destes países.

Mas não é qualquer curta que participa, o concurso exige que na narrativa tenha três elementos:
1) Um dos protagonistas tenha que enfrentar uma situação acima de seu nível de maturidade;
2) A frase: "I demand an explanation for these shenanigans. What do you have to say?" (Exijo uma explicação para essas travessuras. O que você tem a dizer?), seja incluída na trama;
3) Um personagem entregue uma fotografia a um outro.

Um júri de especialistas escolherão 20 finalistas e, após serem apontados, todos os usuários do site poderão votar no curta que preferirem de 23 de novembro até 2 de dezembro.

O resultado sairá no dia 5 de dezembro e o vencedor será premiado com um crédito bancário de US$ 5 mil, além de ser recebido como convidado por produtores-executivos da Fox Serchlight Pictures em um festival de cinema em Park City, Utah [EUA].

Melhor que só assistir, é botar a mão na massa.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Gerúndio estará sendo demitido...?

Estarei escrevendo meu post de hoje, e falarei de um assunto que eclodiu em Brasília no ultimo dia 1, é a respeito do “gerundismo”. Só em pensar que essa norma gramatical é mais usada do que imaginamos dói até os ouvidos!

Por Decreto, o Governo do Distrito Federal “proíbe” gerúndio em órgãos públicos. O governador José Roberto Arruda (DEM), fez um “recado oficial” para combater com a burocracia em setores públicos.

O Decreto nº28314, de 28 de setembro de 2007, publicado nesta segunda (1) no Diário Oficial, o texto taxativo: “Fica demitido o gerúndio”.

O que era comum nos atendimentos de telemarketing, é cada vez mais normal nas repartições governamentais. Frases como:
- vamos estar tomando providência...
- Estaremos entrando em contato o mais rápido possível...
- Estarei fazendo a solicitação...

Daí veio à idéia do governador de banir o gerúndio, a saber, que o gerúndio é uma ação em movimento, essa artimanha tem sido usada para enrolar e não tomar providências imediatamente. Também esta atitude é uma forma de combater a ineficiência. Portanto, amigos, vamos parando com essa mania de ficar falando e se expressando no gerúndio. Agora que já leu texto repare ao desligar o seu computador, aparecerá a frase: “Seu computador esta sendo desligado”.