O filme “Tropa de Elite” vem rendendo discussão, desta vez o debate foi em torno de seu conteúdo moral. A diretora Lúcia Morat, de “Que Bom Te Ver Viva” (1989), sobre mulheres que sobreviveram à tortura pelo regime militar, afirmou que “a intenção de Padilha [diretor do filme] não foi fazer uma apologia da tortura, mas o filme perdeu o controle e terminou sendo uma apologia do Estado policial”. Outros cineastas concordam com a afirmação, “há problemas sérios do ponto de vista humanista”, afirmou Helvécio Ratton. O diretor Hector Babenco, autor de “Carandiru”, também não se manteve neutro: “Não discuto se [o filme de Padilha] é de direita, se é de esquerda, se é estética americana, se o Bope é fascista ou não é. Não me interessa. O que me interessa é que eu não me emocionei com o filme. Posso ter me aterrorizado em algum momento, mas essa não é uma sensação que eu busco no cinema.”
Padilha se defendeu contra o “linchamento moral” que seu filme vem sofrendo: “É uma puta injustiça comigo, uma atitude covarde, que prescinde da argumentação. Eu quase morro fazendo um filme que vai denunciar o absurdo da tortura, aí vem um idiota e fala que eu estou glorificando a tortura?”.
De qualquer maneira, “Tropa de Elite” não concorrerá ao Oscar. Uma comissão, da qual Rattan é membro, elegeu semana passada “O Ano em que Meus Pais saíram de Férias” como aspirante brasileiro ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
fonte: Folha de São Paulo - "'Tropa' faz apologia do Estado policial"
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
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