segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Carniça: Abutres querem indenização


O pior acidente de avião brasileiro registrado vai completar ¼ quarto de ano. A explosão ocorreu em São Paulo, no aeroporto de Congonhas. No dia 16 de julho de 2007, o vôo 3054 da TAM, ao aterrissar, saiu da pista e se chocou com um prédio da mesma empresa ao cruzar a Av. Washington Luís. Morreram 199 pessoas. É hora de comemorar...

É o que muitas pessoas estão fazendo: Celebrando e aproveitando ao custo da desgraça alheia. Vejamos:
O noivo de uma das vítimas, um dia após o acidente, queria que a TAM pagasse a “balada”. Ele precisava sair. Compreensível, afinal ao sentir-se abalado, o melhor a fazer é interagir com a esbórnea paulistana. Uma mulher se tatuou em homenagem à falecida irmã e pediu reembolso. Claro, tatuar-se é imprescindível. Tão importante quanto cremar ou enterrar o corpo. No mínimo, ela eternizou no cóccix a imagem do ente querido trepidando e agonizando em labaredas de fogo.

Muitos reclamaram que faltavam roupas e calçados e solicitaram retorno monetário das compras feitas. Destaque para o parente que gastou R$5.000 na loja Diesel e mais um que adquiriu um par de Nike Shox. Por que nike, a marca puma anda muito mais em voga? Uma mãe requisitou reservas para 20 pessoas em um restaurante para depois do velório, pago pela companhia aérea. Tá pensando o quê? Saco vazio não para em pé.

Olha essa então: o 1º grau inteiro e primos de segundo grau de um dos mortos exigiram convênio médico vitalício. Perfeitamente concebível, não é? Uma família prevenida vale por duas. Uma esposa cogitou que a TAM arcasse com as despesas do podólogo por conta de uma unha encravada e medicação para outros problemas sem vínculo com o acidente. Você já teve uma unha encravada? Qualquer um faria o mesmo! Uma família queria ingressos para o Hopi Hari, afinal as crianças estavam tristes. Gente sensata e humilde. Estariam abusando se quisessem ir pra Disneyworld.

Taí. É anarquia. Um randevu post mortem, onde todo mundo saqueia utilizando advogados como pés-de-cabra. Vamos nessa, todos juntos. Eu quero um mercedes-benz, um apê em Copacabana, um pula-pula do Gugu....

A fonte não quis revelar nomes, sequer o próprio.

2 comentários:

Talita Perna disse...

Caio,

mto bom o texto.É impressionante como as pessoas não respreitam sequer a morte dos "queridos parentes", e ainda se aproveitam dela para benefício próprio. Ah, o meu pedido é bem básico, quero só um Fiat Stilo, está de ÓTIMO tamanho.

Vivis disse...

Caio,

Texto sensacional...
que país é esse? que mundo é esse?
tudo é motivo para levar vantagem e o absurdo sona e é tratado como natural na mente dessas pessoas insanas...
Infelizmente, essas coisas a mídia não está nem aí em publicar, afinal, brasileiro é assim mesmo (diariam as mentes recheadas de conclusões esteriotipadas).
Bom, sempre que puder passo por aqui para ler suas publicações...excelente iniciativa de vcs!!!