Cartaz da peça
Crescer é aprender a lidar com o silêncio. Você pode ser uma criança grande, se souber calar quando for a hora. Um adolescente grande, se conseguir. Um adulto, quando o silêncio não mais te incomodar. Roxo me lembrou das conversas em silêncio que eu tenho desde os 15 anos. O tempo todo a garota toca nos assuntos que ele parece não querer falar, o silêncio a incomoda. Ela atenta para o frio, para o escuro, para qualquer coisa sem importância. Como quem tem medo de ficar ali e enfrentar um dialógo mais real do que as monossílabas que eles trocam a peça inteira. As palavras e a incompreensão do baterista se transformam em ira. O baixista e o vocalista representando os caras para os quais "está tudo bem". Eles substituem o guitarrista, assim como os adolescentes substituem o passado por um presente que vive aparecendo. É a fase de certezas nulas. Algumas são. As deles eram.
A marca da diretora está ali como a mão oculta. A perfeição da marcação na cena em que ela abre a porta e o ilumina sentado do outro lado do palco. O palco um breu. Mas, ele está exatamente onde ela entregou a luz.
Roxo é uma peça para cada um entender de um jeito. Esse foi o meu. O silêncio, é sempre um jeito.
A marca da diretora está ali como a mão oculta. A perfeição da marcação na cena em que ela abre a porta e o ilumina sentado do outro lado do palco. O palco um breu. Mas, ele está exatamente onde ela entregou a luz.
Roxo é uma peça para cada um entender de um jeito. Esse foi o meu. O silêncio, é sempre um jeito.
ROXO
Texto: Jon Fosse
Direção: Fernanda D'Umbra
Com: Didio Perini, Fabiano de Souza Ramos, Henrique Mello, Julia Novaes e Thiago Pinheiro
Onde: Espaço dos Satyros 1 (pça. Franklin Roosevelt, 214, República)
Quando: sáb.: 20h; dom.: 19h30.
Quanto: R$ 20 (estudante paga meia)
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