domingo, 30 de setembro de 2007

Elite consciente?

Maria (Fernanda Machado) em cena do Tropa de Elite
(imagem: divulgação)



Muito vai se falar do Tropa de Elite, filme de José Padilha. Algumas pessoas vão ir assistir "ônibus 174", filme que mostra a história do sequestrador do veículo morto em 2000, e tentar compara-los. São duas propostas diferentes, e é aí que a crítica vai pecar e vem pecando. O "Tropa de Elite" é um filme e tem a proposta de ser um. Tem realidade e ficção misturadas, o Capitão Nascimento não deve ter a aparência do Wagner Moura, e nenhum dos outros atores são fieis na sua forma a seus respectivos reais. O filme é baseado em um livro, "Elite da tropa" escrito por um sociólogo (Luiz Eduardo Soares) e por dois capitães da PM (André Batista e Rodrigo Pimentel). Não é um filme do livro, é um filme baseado na obra, uma livre-adaptação.

O filme me mostrou uma coisa real e alarmante. Consciência social nem sempre é o que parece ser. O garoto zona sul consciente era também o cara que descia com a droga do morro. As adolescentes conscientes eram também as usuárias. E se tudo isso andar junto, quem garante que consciência social seja só isso? Quanto vale uma vida? E pra que arriscar, se depois a ordem é dançar como o sistema.

Essa frase ficou ecoando na minha cabeça: "Vocês sabem quantos garotos entram no crime pra um 'playboy' enrolar um?". Claro, que é uma vertente do problema e ele é bem maior do que um filme vai conseguir mostrar em 1h30. Mas, se a discussão tem que convergir para algum lugar, aqui ela gerou uma pergunta, o que é consciência social?

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