sábado, 29 de setembro de 2007

A conivência da reintegração criminal

As razões para se cometer um crime são originadas por diversos fatores influentes na vida de uma pessoa, mas, quando decorrem de uma característica inerente à personalidade do criminoso, a pena aplicada deve ser a mesma dos criminosos comuns? A psiquiatra Hilda Morana afirmou à revista Época que, a cada dez detentos, dois são psicopatas e que esse transtorno não tem cura. Segundo ela, tais pessoas devem passar o resto de suas vidas presas, pois conseguem cumprir toda a pena a que foram condenadas sem demonstrar qualquer traço ameaçador e, no entanto, em 70% dos casos, elas reincidem no crime quando saem dos presídios.

Nesta semana foi detido o interno do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, Ademir Oliveira do Rosário, acusado de matar seus dois irmãos e de abusar sexualmente do mais novo e de mais 11 garotos. Ele estava submetido ao regime de desinternação progressiva, que deveria reintegrar à sociedade os criminosos doentes mentais que já não oferecem riscos para a população. O sistema penal não é capaz de recuperar nem mesmo um detento comum e conta com grupos de “especialistas” – psiquiatras e psicólogos - que acreditam saber quem ainda é perigoso e quem já está totalmente renovado, inofensivo. Foi precipitação e hipocrisia considerando-se o caso de Ademir, que por diversas vezes alertou: “Sou psicopata. Vou fazer uma chacina que vai comover São Paulo”. E o sistema, mais uma vez, cedeu enquanto Ademir fazia valer sua palavra.

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