quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Respeitável público!!!

Até parece piada, na ultima terça-feira estava vendo TV, quando no noticiário apareceu uma nota que dizia: "Mônica Veloso Dobra as vendas de Playboy No Congresso". Para que se preocupar com a problemática do país? No Ultimo dia (9), um elevado número de servidores da casa se apresentaram para comprar a revista que trouxe a jornalista na capa, a tal pivô do escândalo que envolveu o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).

Só na banca principal, a que fica logo na entrada vendeu 40 edições, o dobro da média mensal em revistas desse gênero, em apenas quatro horas. Ao todo, apenas nesta terça-feira, foram aproximadamente 200 exemplares vendidos. Quanta empolgação!

Com certeza o assunto que mais repercutiu nos corredores, não foi a situação precária da educação brasileira, ou a calamidade que se encontram os setores públicos de saúde, ou a violência que aflige toda a nação, ou até mesmo a atual crise enfrentada por Renan. E sim nos quatro cantos do senado ouviram pela maior parte dos homens elogios sobre as curvas da jornalista, e de crítica por quase todas as mulheres.

Coitados têm uma justificativa, eles querem conferir todos os ângulos do alibe do escândalo, para ter autoridade na hora de proferir o voto contra a cassação. Mas para que se preocupar com os problemas do Brasil, se mesmo sem fazer nada tem nós idiotas que pagam suas contas...Até quando vamos estar a mercê dessa palhaçada? Nesse Congresso só falta à lona em cima para virar circo!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Bela BoBeira

Hoje vi um desgraçado na rua. Com roupas amarelas em todo o corpo, botas de couro tingido de amarelo e o mesmo aconteceu com o cabelo. Andava como se a caxumba tivesse descido para os testículos e tinha uns óculos escuros que afinavam ainda mais o rosto. E dizia, ao chacoalhar um papel amassado com sua foto:

-Sim! Olha só! Eu quero participar do próximo Big Brother! – ou qualquer coisa do tipo.

Mais um BBB vem por aí. A intenção do precursor dos reality shows parecia boa. Com o nome baseado no sistema de vigilância do livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro de George Orwell. O programa seria uma maneira de analisar pessoas confinadas em uma casa. Notar comportamentos diversos, quase um trabalho antropológico.

Claro que não é o que acontece. Na versão real um marombeiro, um “humilde”, três mulheres servidas de físico invejável, uma gordinha deslocada, um homossexual, uma encrenqueira e outros estereótipos, sem esquecer do magrelo sem graça e inexpressivo, são amontoados em uma casa recheada de câmeras e todos os telespectadores ficam ansiosos para ver quem vai bolinar quem debaixo dos lençóis na noite que está por vir.

É ridículo, todo mundo sabe o final do show e o futuro dessas celebridades cometas. Programas de auditório decadentes, comerciais chinfrins e etc... Bom, se olharmos bem, vamos notar que de certa forma podemos analisar as pessoas por meio do Big Brother, mas não as de dentro da tv (isso é fácil), verificaremos e tiraremos conclusões á respeito dos humanos que dão audiência. Esse grande irmão não passa da porcaria de um Caim e quem quer um Hermano assim?

domingo, 7 de outubro de 2007

Perto do futuro

Uma tarde sentada em uma praça qualquer é o suficiente para virar o livro de uma vida inteira. Algumas crianças brincam no balanço, algumas outras com seus carrinhos caros e os seus controles, ou a falta deles. Os pais observando tudo ali do outro lado. E você se lembra dos seus pés no chão e daquela brincadeira de "rouba-bandeira". Dali é um pulo pra adolescência. E tudo vai se perdendo na vida adulta. A educação muda a cada novo respirar. E essa sociedade vai formando esses pequenos cidadãos para correr um pouco mais no futuro.

O noticiário mostra os frutos da perda de referências pelo caminho. Os almoços de domingo não transmitem mais aquele respeito familiar que eu só vejo em filmes, onde todos estão juntos, e os avós são o centro. As crianças já não respeitam mais os idosos. Todo mundo passa tão correndo e eles só queriam viver.

Tenho medo do futuro, e realmente acho que a gente precisa mudar os passos do presente.

sábado, 6 de outubro de 2007

Incendiários da melancolia

Parece louvável a preocupação que os pais têm com o bem estar de seus filhos e a maneira protetora como costumam distanciá-los das situações de risco ou apenas desagradáveis. Embora isso possa aleijá-los para um futuro mais sofrido, o amor paternal sempre justifica a prolongação de uma vida amena.

É nisso que acredita a “
Happy Ending Foundation”, uma associação inglesa de pais obstinados pela satisfação literária de suas crianças, imprescindível para que não estejam submetidos a amarguras até em momentos de lazer. As “coisas feias” e os finais tristes não têm vez: vão à fogueira. Como se fosse uma seita, há crescente expansão no número de membros adeptos do “extermínio do mal à infância”.

Eles condenam a realidade e a ficção que não trazem prazer aos pequenos leitores assim como quem destrói toda uma cultura que não se encaixa nas suas particularidades morais. Papais e mamães em atos bárbaros privam uma geração de discernir conceitos e padronizam um novo mundo com nuvens de algodão doce. É nazismo cultural que glorifica livros arianos e queima os demais em prol de uma sociedade mais feliz.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Crítica moral

O filme “Tropa de Elite” vem rendendo discussão, desta vez o debate foi em torno de seu conteúdo moral. A diretora Lúcia Morat, de “Que Bom Te Ver Viva” (1989), sobre mulheres que sobreviveram à tortura pelo regime militar, afirmou que “a intenção de Padilha [diretor do filme] não foi fazer uma apologia da tortura, mas o filme perdeu o controle e terminou sendo uma apologia do Estado policial”. Outros cineastas concordam com a afirmação, “há problemas sérios do ponto de vista humanista”, afirmou Helvécio Ratton. O diretor Hector Babenco, autor de “Carandiru”, também não se manteve neutro: “Não discuto se [o filme de Padilha] é de direita, se é de esquerda, se é estética americana, se o Bope é fascista ou não é. Não me interessa. O que me interessa é que eu não me emocionei com o filme. Posso ter me aterrorizado em algum momento, mas essa não é uma sensação que eu busco no cinema.”

Padilha se defendeu contra o “linchamento moral” que seu filme vem sofrendo: “É uma puta injustiça comigo, uma atitude covarde, que prescinde da argumentação. Eu quase morro fazendo um filme que vai denunciar o absurdo da tortura, aí vem um idiota e fala que eu estou glorificando a tortura?”.

De qualquer maneira, “Tropa de Elite” não concorrerá ao Oscar. Uma comissão, da qual Rattan é membro, elegeu semana passada “O Ano em que Meus Pais saíram de Férias” como aspirante brasileiro ao Oscar de melhor filme estrangeiro.


fonte: Folha de São Paulo - "'Tropa' faz apologia do Estado policial"

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Desligue a TV e vá fazer um curta

O que é necessário para fazer um curta-metragem? No mínimo uma câmera e uma grande idéia. O que você precisa fazer para levar seu curta a um concurso sem pagar absolutamente nada? Ser usuário do YouTube.

O maior portal de vídeos divulgou, nesta quarta-feira (03), que está preparando seu primeiro concurso internacional de curtas-metragens. O Project Direct pretende "descobrir os melhores diretores de cinema que existem entre os usuários".

Brasil, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Itália e Reino Unido formam a lista de países que poderão participar do evento. Os internautas interessados deverão enviar seus vídeos de 7 de outubro a 9 de novembro. Variando entre dois e sete minutos, os filmes deverão ser em inglês ou legendados. Os participantes devem ser maior de idade e residir legalmente em algum destes países.

Mas não é qualquer curta que participa, o concurso exige que na narrativa tenha três elementos:
1) Um dos protagonistas tenha que enfrentar uma situação acima de seu nível de maturidade;
2) A frase: "I demand an explanation for these shenanigans. What do you have to say?" (Exijo uma explicação para essas travessuras. O que você tem a dizer?), seja incluída na trama;
3) Um personagem entregue uma fotografia a um outro.

Um júri de especialistas escolherão 20 finalistas e, após serem apontados, todos os usuários do site poderão votar no curta que preferirem de 23 de novembro até 2 de dezembro.

O resultado sairá no dia 5 de dezembro e o vencedor será premiado com um crédito bancário de US$ 5 mil, além de ser recebido como convidado por produtores-executivos da Fox Serchlight Pictures em um festival de cinema em Park City, Utah [EUA].

Melhor que só assistir, é botar a mão na massa.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Gerúndio estará sendo demitido...?

Estarei escrevendo meu post de hoje, e falarei de um assunto que eclodiu em Brasília no ultimo dia 1, é a respeito do “gerundismo”. Só em pensar que essa norma gramatical é mais usada do que imaginamos dói até os ouvidos!

Por Decreto, o Governo do Distrito Federal “proíbe” gerúndio em órgãos públicos. O governador José Roberto Arruda (DEM), fez um “recado oficial” para combater com a burocracia em setores públicos.

O Decreto nº28314, de 28 de setembro de 2007, publicado nesta segunda (1) no Diário Oficial, o texto taxativo: “Fica demitido o gerúndio”.

O que era comum nos atendimentos de telemarketing, é cada vez mais normal nas repartições governamentais. Frases como:
- vamos estar tomando providência...
- Estaremos entrando em contato o mais rápido possível...
- Estarei fazendo a solicitação...

Daí veio à idéia do governador de banir o gerúndio, a saber, que o gerúndio é uma ação em movimento, essa artimanha tem sido usada para enrolar e não tomar providências imediatamente. Também esta atitude é uma forma de combater a ineficiência. Portanto, amigos, vamos parando com essa mania de ficar falando e se expressando no gerúndio. Agora que já leu texto repare ao desligar o seu computador, aparecerá a frase: “Seu computador esta sendo desligado”.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Informando o informal

Tá panguando por aqui e nem sabe o que é baba-do-quiabo?

Já conversou com alguém e teve a impressão de que não entendeu lhufas?

Para os muitos que buscam palavras como essas no dicionário tradicional e nada encontram há o Dicionário Informal. Um site que reúne significados de gírias, expressões populares e até palavrões.

O acesso é gratuito e além de prestar um serviço, tem também como missão documentar na internet a evolução da Língua Portuguesa.

O conteúdo disponibilizado fica a cargo dos próprios usuários e já conta com 5.000 verbetes. Para facilitar o entendimento além da definição, há também frases, imagens, uma relação de sinônimos, antônimos e palavras relacionadas.

Para aumentar a credibilidade o leitor ainda tem a opção de votar se concorda ou não com a definição dada a tal expressão.

Assim como o Wikipédia, o Dicionário Informal não pode ser definido como fonte segura e oficial, mas deve ser visto no mínimo por curiosidade e para os que tem bom humor, sem dúvida pode ser divertido.

Fonte: Folha Online -" Dicionário faz sucesso com verbetes de gírias e palavrões".

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O espírito da noite


Aquela vinha sendo uma noite difícil. Sem dúvida. Uma noite difícil. O humor de Mamute não estava dos melhores, ainda assim juntou os cacos do que restava da noite de sexta-feira e foi ao pior pardieiro que encontrara a convite de amigos. O álcool subiu rápido demais, em menos de duas horas a madrugada saiu dos trilhos. Uma briga vomitada por desacordos de snooker misturadas a exaltações de autoconfiança terminou por expulsá-lo do bar.

Encontrou-se como havia começado: Sozinho e na garoa.

Tá legal. O que fazer agora? Não deu para cogitar nada. Um cara o empurrou para dentro de uma boate dizendo que era VIP e não precisava pagar a entrada. Dentro, um inferno homossexual havia estourado. Homens fortes de roupas apertadas se agarravam e dançavam freneticamente. Mulheres enfiavam a língua umas nas outras como se comessem um danone sem colher. Uma volta de cinco minutos, se esquivando de enconchadas, foi precisa até encontrar a saída.

Andou um pouco mais, fumar outro baseado pareceu inteligente, isso sempre atraia pessoas. Talvez uma cretina qualquer, excitada com a idéia de se drogar. As hipóteses sempre variam. Só que dessa vez surgem duas moças e um pretendente a punk que não calava a boca nunca, se gabando de socos ingleses e adjetivando o ego incessantemente. Dois minutos foram o suficiente para que Mamute se irritasse e saísse dali antes mesmo de ascender o cigarro.

Após se entupir do narcótico rumou para a estação com a esperança de encontrar normalidade enquanto esperava o retorno dos serviços metroviários. Bom, ao chegar foi abordado por três indivíduos, felizmente não tinha nada de valor, no entanto levaram todo o papel seda próprio para enrolar maconha. Desistiu de esperar acordado. Mesmo dormindo essa noite não havia chegado ao fim. Uma menina se desprendeu de uma roda de amigos que riam muito, sabiam de antemão que ela se aproximaria de Mamute, embebido de sono, largado em um banco e esfregaria os peitos em sua cara.... Até que ele os apertasse e desse uns beijinhos.

Aquela vinha sendo uma noite difícil. Sem dúvida. Perfeita para a manhã que seguiria.

domingo, 30 de setembro de 2007

Elite consciente?

Maria (Fernanda Machado) em cena do Tropa de Elite
(imagem: divulgação)



Muito vai se falar do Tropa de Elite, filme de José Padilha. Algumas pessoas vão ir assistir "ônibus 174", filme que mostra a história do sequestrador do veículo morto em 2000, e tentar compara-los. São duas propostas diferentes, e é aí que a crítica vai pecar e vem pecando. O "Tropa de Elite" é um filme e tem a proposta de ser um. Tem realidade e ficção misturadas, o Capitão Nascimento não deve ter a aparência do Wagner Moura, e nenhum dos outros atores são fieis na sua forma a seus respectivos reais. O filme é baseado em um livro, "Elite da tropa" escrito por um sociólogo (Luiz Eduardo Soares) e por dois capitães da PM (André Batista e Rodrigo Pimentel). Não é um filme do livro, é um filme baseado na obra, uma livre-adaptação.

O filme me mostrou uma coisa real e alarmante. Consciência social nem sempre é o que parece ser. O garoto zona sul consciente era também o cara que descia com a droga do morro. As adolescentes conscientes eram também as usuárias. E se tudo isso andar junto, quem garante que consciência social seja só isso? Quanto vale uma vida? E pra que arriscar, se depois a ordem é dançar como o sistema.

Essa frase ficou ecoando na minha cabeça: "Vocês sabem quantos garotos entram no crime pra um 'playboy' enrolar um?". Claro, que é uma vertente do problema e ele é bem maior do que um filme vai conseguir mostrar em 1h30. Mas, se a discussão tem que convergir para algum lugar, aqui ela gerou uma pergunta, o que é consciência social?

sábado, 29 de setembro de 2007

A conivência da reintegração criminal

As razões para se cometer um crime são originadas por diversos fatores influentes na vida de uma pessoa, mas, quando decorrem de uma característica inerente à personalidade do criminoso, a pena aplicada deve ser a mesma dos criminosos comuns? A psiquiatra Hilda Morana afirmou à revista Época que, a cada dez detentos, dois são psicopatas e que esse transtorno não tem cura. Segundo ela, tais pessoas devem passar o resto de suas vidas presas, pois conseguem cumprir toda a pena a que foram condenadas sem demonstrar qualquer traço ameaçador e, no entanto, em 70% dos casos, elas reincidem no crime quando saem dos presídios.

Nesta semana foi detido o interno do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, Ademir Oliveira do Rosário, acusado de matar seus dois irmãos e de abusar sexualmente do mais novo e de mais 11 garotos. Ele estava submetido ao regime de desinternação progressiva, que deveria reintegrar à sociedade os criminosos doentes mentais que já não oferecem riscos para a população. O sistema penal não é capaz de recuperar nem mesmo um detento comum e conta com grupos de “especialistas” – psiquiatras e psicólogos - que acreditam saber quem ainda é perigoso e quem já está totalmente renovado, inofensivo. Foi precipitação e hipocrisia considerando-se o caso de Ademir, que por diversas vezes alertou: “Sou psicopata. Vou fazer uma chacina que vai comover São Paulo”. E o sistema, mais uma vez, cedeu enquanto Ademir fazia valer sua palavra.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Entre os lanterninhas

Foram divulgados nesta sexta-feira os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relacionados ao analfabetismo na América do Sul. Como já era esperado, o Brasil ficou no penúltimo lugar do ranking, mesmo com uma queda de 29,1% na taxa de analfabetismo desde 1996. Entre os países latino-americanos e caribenhos, o Brasil ocupa a 9º posição.

A situação é ainda pior no Nordeste, quando comparado com os outros estados brasileiros. Um em cada cinco nordestinos declarou que não sabe ler nem escrever. Em 2005 e 2006 a taxa brasileira de analfabetismos entre maiores de 15 anos era de, respectivamente, 11,1% e 10,4%, acima da média do grupo, de 9,95%.

Ao lado de países como Egito, Indonésia, Índia, Paquistão, Etiópia e Nigéria, o Brasil é considerado parte de um grupo prioritário pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que visa erradicar o analfabetismo até 2015.

Outro dado divulgado pela Pnad de 2006 (Pesquisa Nacional de Domicílios) revela que entre os analfabetos 32% pertencem ao grupo auto declarado branco, enquanto 67,4% são negros ou pardos. Ou seja, dos 14,4 milhões de analfabetos, 10 milhões são negros ou pardos.

Quanto ao ingresso em Universidades, entre 1996 e 2006 o número de estudantes brancos aumentou 25,8 pontos percentuais, entre a população negra este aumento foi de apenas 15 pontos percentuais.


É o abismo racial se mostrando cada vez mais profundo. E enquanto a filosofia de “governar ignorantes” existir, o Brasil continuara ocupando lugares vergonhosos e será um eterno país emergente, nunca atingindo o patamar de país civilizado.


fonte: Uol - Brasil tem segundo maior índice de analfabetismo da América do Sul

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Violência exemplar?

A educação no Japão sempre foi marcada por doutrinas rígidas que as escolas adotam. O caso gera polêmica e um grande debate político. Enquanto alguns acreditam que a disciplina estrita, incluindo severas formas de punição, auxiliam para melhorar o nível dos alunos. Outros acham que a carga horária, as provas e os amiudados casos de bullying, são fatores que exercem pressão suficiente para os alunos.

Recentemente, um professor japonês foi eleito como "superprofessor" pelo comitê de educação local. Punido por três vezes entre 1997 e 2001, o mestre de 52 anos, coleciona agressões corporais nos alunos e um fatídico "lançamento de cadeira" no time de vôlei em que estava treinando.

E não é que a "modalidade" criada por ele obteve resultado? Segundo documentos oficiais, sua "notável conquista na liderança do time de voleibol" é um modelo a ser seguido.

Isso reflete quando pensamos no sistema escolar brasileiro. Ultimamente, vemos uma total inversão de quem implanta as regras nas instituições públicas de ensino. São professores amedrontados pela ousadia e violência dos alunos, e vários casos de estudantes que portam armas, objetos perigosos e intenções duvidosas.

Me pergunto se algumas das medidas tomadas pelo "superprofessor" não ajudariam a restabelecer o respeito em sala de aula e a autoridade dos educadores nesse caso.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

24 horas no trânsito

Semana passada foi considerada como semana nacional do trânsito. E no último dia (24), comemorou-se o "dia nacional do trânsito". Só de falar nesse assunto já gera stress na população, ninguém agüenta mais as filas quilométricas de congestionamento e muita lentidão. Essa inflamação é em todo país, e se agravando nas grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Óbvio que não se pode esquecer dos exorbitantes casos de violência que acontece nos cruzamentos, porém isso parece que será minimizado: um programa de policiamento vai usar 1.375 PMs em cruzamentos da capital. Além de multar motoristas infratores, policiais vão combater a criminalidade. Esse será um convênio entre a prefeitura e o governo do Estado.

E qual seria o intuito do governo em rotular uma semana nacional do trânsito? Lógico que é chamar atenção dos motoristas e de toda a população. Fora os milhares de motoristas que dirigem embriagados pelas estradas e ruas do país causando muitos acidentes.

Nem as estrelas da TV americana escapam dos deslizes. No dia 24, o mesmo que no Brasil foi o dia nacional do trânsito, precisamente na madrugada, o ator Kiefer Sutherland protagonista da série "24 Horas", foi
preso, por dirigir bêbado. Após fiança de 50 mil reais foi liberado.

Tudo se inicia com uma conscientização e, no mínimo, precisamos saber o básico da educação de trânsito, a saber, vermelho: parar, amarelo: preste atenção, verde: prosseguir e... Se beber não dirija! Será que o Jack Bauer está apto para virar a próxima página da cartilha?

Informações sobre condutas no trânsito.
Leia mais

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Juventude Afiada

Brigas e rixas escolares sempre existiram e são consideradas até uma marca da juventude.

Nessa segunda feira, uma jovem de 19 anos esfaqueou Joana D’Arc dos Santos, de 18 anos, na Escola Estadual Rodrigues Alves, na Avenida Paulista.

A estudante Flávia Sprovieri, de 18 anos, que presenciou o ocorrido, disse que as duas já tiveram algumas discussões, mas que não entendeu o real motivo da atitude da agressora.

O tradicional “te pego lá fora” sofreu mutações e agora o que vemos é “te esfaqueio lá fora”.O que vem acontecendo é no mínimo um reflexo das tantas mudanças que a educação, seja em casa ou na escola, vem sofrendo.

Muitos pais, talvez por estarem cada vez mais atarefados, acabam passando seu papel para as escolas, que por sua vez não conseguem arcar com essas responsabilidades.

Como conseqüência disso, o que vemos são pais perdidos, filhos desencontrados e escolas que mais parecem reduto de jovens infratores do que instituições destinadas a educar e formar cidadãos.

Pelo andar das coisas, muito em breve o discurso poderá ser esse:

"Filho pegue o casaco, o lanche e não esqueça do canivete novo, porque o velho já perdeu o corte"

Fonte G1: Amiga diz que estudante tinha rixa desde Agosto.


segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Carniça: Abutres querem indenização


O pior acidente de avião brasileiro registrado vai completar ¼ quarto de ano. A explosão ocorreu em São Paulo, no aeroporto de Congonhas. No dia 16 de julho de 2007, o vôo 3054 da TAM, ao aterrissar, saiu da pista e se chocou com um prédio da mesma empresa ao cruzar a Av. Washington Luís. Morreram 199 pessoas. É hora de comemorar...

É o que muitas pessoas estão fazendo: Celebrando e aproveitando ao custo da desgraça alheia. Vejamos:
O noivo de uma das vítimas, um dia após o acidente, queria que a TAM pagasse a “balada”. Ele precisava sair. Compreensível, afinal ao sentir-se abalado, o melhor a fazer é interagir com a esbórnea paulistana. Uma mulher se tatuou em homenagem à falecida irmã e pediu reembolso. Claro, tatuar-se é imprescindível. Tão importante quanto cremar ou enterrar o corpo. No mínimo, ela eternizou no cóccix a imagem do ente querido trepidando e agonizando em labaredas de fogo.

Muitos reclamaram que faltavam roupas e calçados e solicitaram retorno monetário das compras feitas. Destaque para o parente que gastou R$5.000 na loja Diesel e mais um que adquiriu um par de Nike Shox. Por que nike, a marca puma anda muito mais em voga? Uma mãe requisitou reservas para 20 pessoas em um restaurante para depois do velório, pago pela companhia aérea. Tá pensando o quê? Saco vazio não para em pé.

Olha essa então: o 1º grau inteiro e primos de segundo grau de um dos mortos exigiram convênio médico vitalício. Perfeitamente concebível, não é? Uma família prevenida vale por duas. Uma esposa cogitou que a TAM arcasse com as despesas do podólogo por conta de uma unha encravada e medicação para outros problemas sem vínculo com o acidente. Você já teve uma unha encravada? Qualquer um faria o mesmo! Uma família queria ingressos para o Hopi Hari, afinal as crianças estavam tristes. Gente sensata e humilde. Estariam abusando se quisessem ir pra Disneyworld.

Taí. É anarquia. Um randevu post mortem, onde todo mundo saqueia utilizando advogados como pés-de-cabra. Vamos nessa, todos juntos. Eu quero um mercedes-benz, um apê em Copacabana, um pula-pula do Gugu....

A fonte não quis revelar nomes, sequer o próprio.

domingo, 23 de setembro de 2007

No centro da Praça Roosevelt

Endereço dos teatros
(matéria Veja SP, abril/2007)

Loucos, travestis, prostitutas, velhinhas da classe média, artistas e público. É essa tensa mistura harmoniosa que faz da Praça Roosevelt um dos lugares mais agradáveis dessa cidade cheia de opções. Oito teatros em uma mesma calçada são responsáveis pela retomada desse lugar degradado pelo tempo e pelo espaço.

O pouco caso da prefeitura sucateou o lugar até que ele ficasse inabitável, ou habitável demais para atividades que davam medo a essa população presa a noticiários. O tempo e o trabalho deram ao lugar cara nova. Hoje, é um dos lugares de maior concentração artística. Peças espalhadas e a aura de modificação levam aqueles que ficavam presos aos bares da Augusta a começar suas noites no centro velho.

A arte 'marginal', os grupos obscuros e esse trabalho difícil de viver de arte nesse país. Com a lei do fomento falha, os recursos maus distribuídos e o acesso à cultura dificultado pela falta de informação. O ingresso mais caro no Os Satyros custa R$30,00 e estudantes pagam meia. Peças para todos os gostos, com teatros que praticamente dividem paredes e calçada.

Todos os gostos se encontram no Centro de São Paulo. Para quem troca as pesadas cortinas vermelhas, o cenário impecável, o microfone estrategicamente colocado para ajudar apresentadoras de tv a virarem atrizes com voz, fica a dica. O bom é se deixar surpreender e chegar na Praça com o olho grudado nas possibilidades.

informações: Cult e Agitada - Veja SP (25 abril/2007)

sábado, 22 de setembro de 2007

Sem carro e sem respeito

Hoje 56 cidades brasileiras comemoram o Dia Mundial Sem Carro - inclusive a capital paulista que tem em média um carro para cada dois habitantes, segundo dados da Secretaria Municipal de Transportes. O objetivo é estimular a população a buscar meios alternativos de se locomover, como a bicicleta e o transporte público, visando a melhoria da condição do ar nos centros urbanos e, conseqüentemente, a qualidade de vida da população.

"Nossa meta é ter hoje um dia sem carros, com muito respeito, pois é uma campanha educativa e não obrigatória", explica o prefeito Gilberto Kassab, que também utilizou ônibus e metrô nesta manhã. O respeito certamente não foi entendido do mesmo modo pelos passageiros do ônibus no qual ele entrou: além de sua presença ter atrasado a viagem, o prefeito ouviu críticas às condições do transporte público e foi fotografado com um “chifrinho” feito discretamente por suas costas. Mais uma vez a
“boa intenção” de Kassab não foi bem assimilada pela população.

É, prefeito... talvez a adesão aos coletivos presenciada pelo senhor tenha sido obrigatória, sim. A grande maioria o faz por falta de opção e não pensaria ecologicamente para se submeter a eles caso possuísse um carro. Que a nova edição dessa campanha ocorra durante a semana e conte com sua presença às 18h. Acredito que uma posterior a essa incentivaria o esquema de caronas.

Veja
aqui os dados do sistema de trânsito em São Paulo.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Educação Ambiental

Hoje, dia 21 de setembro, é dia da árvore. E muito discute-se em torno do tema natureza nesse período de aquecimento global e problemas ambientais em que vivemos.

O desmatamento de árvores e, conseqüentemente, o desaparecimento de florestas vem provocando o maior desastre ambiental da história. Para evitar problemas maiores existe um plano de neutralização de emissão de gases. Empresas especializadas prestam serviço de consultoria calculando o nível de emissão de gases e como neutralizá-lo. Por exemplo, a emissão de 2 toneladas de gases prejudiciais à camada de Ozônio é neutralizada com o plantio de 14 árvores de mata ciliar (faixas de vegetação que ocupam as margens de rios, lagos e represas).

A empresa
Iniciativa Verde foi responsável pela neutralização das emissões de carbono da Conferência das Partes da Onu, e trabalha identificando possibilidades para atenuar e remediar os impactos ambientais causados por sistemas produtivos.

O projeto
Floresta do Futuro é um programa de incentivo ao reflorestamento que envolve a sociedade civil, iniciativa privada e o poder público. Grandes empresas, como a Volkswagen Caminhões e o banco Bradesco, têm desenvolvido seus projetos de neutralização junto com o Florestas do Futuro.

E qual a nossa parte nisso tudo? Não escreva um livro (há excesso de produção literária vagabunda), não tenha um filho (a super-população já amedronta), mas plante uma árvore!

Após os danos, globalizemos a educação ambiental.



Clique
aqui e descubra qual o valor da sua emissão de gás carbônico para a atmosfera, com base em informações sobre o seu cotidiano.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O fruto da era digital

Hoje em dia é fácil ouvir que a nova geração tem a infância totalmente diferente das anteriores. O tempo de brincar que era marcado por carrinhos, bonecas, jogos de tabuleiro ou algum esporte improvisado na rua de casa, foi substituído por horas a fio na frente do computador.

A era digital não apenas trouxe facilidade para o cotidiano, mas também causou uma mudança radical para as crianças e pré-adolescentes que já nasceram com uma "máquina" dentro de casa. Com embasamento nisto, o educador americano Marc Prensky, criou em 2001 um termo que divide os usuários sendo "nativos digitais" ou "imigrantes digitais".

No Japão, os professores da escola Wada de ensino fundamental aderiram consoles de Nintendo DS para os alunos que precisam de um reforço em matemática. Eles acreditam que além do aparelho ajudar nas dificuldades da matéria, o uso do videogame serve como atrativo para introdução à era digital.

Já eu acredito que tanto estímulo só pode resultar para que haja cada vez mais nativos digitais. A preocupação fica reservada para o desenvolvimento dessas crianças, será tudo isso bom ou ruim para sua formação? Uma vez que a rede possui um leque amplo de informações, o controle das mesmas torna-se quase impossível.

Enquanto a questão tenta se encaixar de maneira adequada, a
Revista Época fez um Quiz para saber se você se enquadra nos padrões de nativo digital ou imigrante digital.


Obs: Caso não esteja conseguindo visualizar, peça ajuda a seu filho, sobrinho ou neto.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Valei-me, meus pombos correios!

Almeida Rocha/Folha Imagem
Sedex perde a credibilidade


Vergonha: Nesta quarta-feira (19) completa uma semana que os
correios estão em greve. Eu já sou vítima dessa paralisação, teria que receber uma encomenda via Sedex com aproximadamente 200 folhetos para a divulgação de um acampamento que farei no feriado de 12 de outubro e até agora nada! Quem irá pagar qualquer prejuízo?

Chegam a 18 milhões as entregas que deixaram de ser feitas, isso equivale a mais de mil toneladas de correspondências acumuladas nas centrais de entrega. E o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) ofereceu 24 horas aos trabalhadores dos Correios que estão em greve, antes de analisar um pedido de uma liminar do Ministério Público do Trabalho. Estão de brincadeira, ou querem que apelamos aos "pombos correios"?

Fato que os trabalhadores dos Correios têm direitos para
reivindicar ajustes salariais e bonificações, mas já são 80% dos funcionários que aderem a esta paralisação. Mesmo com tanta tecnologia, internet e e-mails, somos dependentes a esse meio de entrega. Um amigo que trabalha numa grande editora, me falou numa conversa que em plena semana de Bienal do Livro no Rio de Janeiro, milhares de encomendas estão paradas em São Paulo. Logo, a credibilidade da empresa está sendo afetada. Bem vindo a bordo, meu amigo! Nesta maré de desrespeito e falta de educação estamos no mesmo barco.

Enfim parece que chegaram a um acordo. (
Leia Mais)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Deus Bandido

Enquanto aqui no Brasil Renan Calheiros teve como preocupação ser absolvido por quarenta amigos, no Senado dos EUA a preocupação é outra.

O senador Ernie Chamberes, do Estado de Nebraska, na semana passada, abriu um processo contra Deus, acusando-o de ser responsável por mortes e destruições mundo afora.

Chamberes ainda comentou que Deus ameaçou a ele e seus eleitores e que e a iniciativa foi uma forma de protesto contra os altos números de processos abertos pelos estadunidenses, que em sua opinião, são ridículos.

Se essa possibilidade chega ao Brasil, país tão religioso que é, logo teremos deputados, vereadores, senadores e toda espécie de políticos alegando que ganhou vacas de Deus, emprestou dinheiro de santos e que a conta aberta em paraíso fiscal foi feita durante uma viagem astral, tudo dentro da legislação é claro.

Difícil mesmo será encontrar o ser divino por aqui, pois se até seres de carne e osso, de fácil visualização conseguem simplesmente sumir, imagine então procurar alguém que ninguém vê?Não a olho nu ao menos.

Fica a dúvida: seriam nossos criminosos parentes de Deus que herdaram o dom da invisibilidade?


Fonte: G1- Senador dos EUA processa Deus

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O que é um pontinho amarelo no meio da rua?


Vermelho: Pare. Verde: Ande. E Amarelo: Cuidado; é um hibrido do significado das duas primeiras cores e muito digno de interpretações. "Acelero ou fico?", aí vai do bom senso do motorista. Parece simples, mas em áreas complicadas de trânsito existem os amarelinhos, sujeitos que coordenam e fiscalizam o fluxo de automóveis.

É comum encontrar pessoas que não vêem necessidade na função desses funcionários públicos. Veja só, é fácil: quando semáforos ou placas não funcionam para quem dirige, convenhamos que não respeitamos as leis devidamente, insere-se alguém capaz de ajustar e interpretar condições ou acontecimentos melhor que um pensante binário.


Só a presença de um agente de trânsito impõe mais ordem. Porém, a cada dia o tráfego piora. No futuro vejo esses trabalhadores com armaduras, capacetes e luzes de sinal (aquelas usadas em aeroportos para guiar os aviões). Parecerão bananas de pijamas com sabres de luz à la Star Wars.


Além disso, com o avanço tecnológico, eles terão um kit "Flautista de Hamelin" para hipnotizar e levar a rataria de maneira segura, educada e respeitosa a seus destinos. Outra previsão que assusta. Se continuarmos a nos portar de maneira tão baixa ao conduzir veículos, passaremos, também, a transmitir e hospedar leptospirose.



Atribuições dos agentes municipais de trânsito: http://www.cmtuld.com.br/transito/agentestransito.php

domingo, 16 de setembro de 2007

Desliga a tv e vá ao teatro

Cartaz da peça

Crescer é aprender a lidar com o silêncio. Você pode ser uma criança grande, se souber calar quando for a hora. Um adolescente grande, se conseguir. Um adulto, quando o silêncio não mais te incomodar. Roxo me lembrou das conversas em silêncio que eu tenho desde os 15 anos. O tempo todo a garota toca nos assuntos que ele parece não querer falar, o silêncio a incomoda. Ela atenta para o frio, para o escuro, para qualquer coisa sem importância. Como quem tem medo de ficar ali e enfrentar um dialógo mais real do que as monossílabas que eles trocam a peça inteira. As palavras e a incompreensão do baterista se transformam em ira. O baixista e o vocalista representando os caras para os quais "está tudo bem". Eles substituem o guitarrista, assim como os adolescentes substituem o passado por um presente que vive aparecendo. É a fase de certezas nulas. Algumas são. As deles eram.

A marca da diretora está ali como a mão oculta. A perfeição da marcação na cena em que ela abre a porta e o ilumina sentado do outro lado do palco. O palco um breu. Mas, ele está exatamente onde ela entregou a luz.

Roxo é uma peça para cada um entender de um jeito. Esse foi o meu. O silêncio, é sempre um jeito.

ROXO


Texto:
Jon Fosse
Direção: Fernanda D'Umbra
Com: Didio Perini, Fabiano de Souza Ramos, Henrique Mello, Julia Novaes e Thiago Pinheiro
Onde: Espaço dos Satyros 1 (pça. Franklin Roosevelt, 214, República)
Quando: sáb.: 20h; dom.: 19h30.
Quanto: R$ 20 (estudante paga meia)

sábado, 15 de setembro de 2007

Imprudência radiada

Manifestações ocorridas por todo Brasil em memória ao 20º ano do acidente com o césio 137 em Goiânia marcaram esta última quinta-feira pela retomada de um problema esquecido e ainda distante de solução.

Considerado o pior desastre radioativo em área urbana do mundo, ele deixou mais de 6 mil pessoas contaminadas e confirmou que nem a máxima autoridade competente, a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), tinha estrutura para garantir a segurança nuclear. A questão da irregularidade nos depósitos de lixo radioativo tem se arrastado desde então com inúmeras propostas de melhoria, mas sem uma medida efetiva.

Quando se discute a conclusão de Angra III, nada é mencionado pelo governo sobre as fragilidades de Angra I e II, que continuam ativas mesmo em condições arriscadas. Dentre elas, a corrosão avançada dos equipamentos, o acúmulo de resíduos em depósitos internos provisórios e o despreparo para evacuação da população local em casos de emergência só mostram quão negligente o Brasil tem sido com a prevenção de novos incidentes. Goiânia não serviu como lição e ainda se insiste em expor mais vidas em nome do suposto desenvolvimento tecnológico nuclear. Há assuntos primários a serem resolvidos antes de enriquecer esta idéia, como o esclarecimento dos que podem se prejudicar com sua execução.


Foto: Greenpeace / Gilvan Barreto

“Brasil, país da insegurança nuclear"
Ativistas no RJ homenageiam vítimas de acidente e protestam contra programa nuclear.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A pena do Brasil

A aplicação de pena de morte na China sempre existiu. Segundo um relatório da Anistia Internacional, a China é responsável por dois terços de todas as execuções do mundo no ano passado. Irã, Arábia Saudita e Estados Unidos são os próximos citados da lista.

A condenação de morte na China pode ser feita a partir de 68 delitos diferentes, incluindo crimes não-violentos como sonegação de impostos, enriquecimento ilícito e tráfico de drogas. Mas nesse ano de 2007 a justiça pediu cautela quanto ao uso da pena, serão evitadas mortes em casos de crimes passionais e econômicos.

Aliás, no caso de crimes econômicos, a condenação será revista caso o culpado ajude a recuperar o dinheiro desviado. Um dos casos recentes é o do ex-chefe da agência de alimentos e remédios da China, Zheng Xiaouyu que, após receber um valor aproximado de 860.000 dólares em propina, foi executado.

Enquanto ouvimos com espanto casos como estes, temos no Brasil a absolvição de uma sociedade corrupta. A democracia brasileira vem sendo constantemente ameaçada pela falta de credibilidade de seus próprios políticos. O que me leva a pensar: que atitude teríamos que tomar para que essa situação mudasse? Extermínio em massa?

Fonte:
VEJA.com: Justiça cobra mais 'cautela' ao usar pena de morte

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Luto verde e amarelo

Diante a tantos escândalos que envolvem a política de nosso país, só os muito apáticos conseguem permanecer inertes.

Sempre que há eleições, somos alertados pela mídia sobre a importância de sermos conscientes e descartarmos a idéia do voto nulo. Às vezes me pergunto quem elege quem.
Visto que a democracia se esconde atrás do “coronelismo oligarquizado” pelos governos e partidos, a presença do cidadão brasileiro torna-se cada vez mais distante de qualquer atuação ou decisão que realmente interesse o bem comum.

O caso de Renan Calheiros pôs um fim ao último fio de esperança que restava de um país cansado de injustiças. A votação que livrou o presidente do Senado de toda a barbaridade, foi feita sobre uma eleição secreta. Isso levantou suspeitas naqueles que viram os desafios de Renan com a opinião pública sendo lançados demasiadamente “livres” pra quem estava realmente sendo cassado.

Sem a participação do cidadão em uma escolha como essa, vemos o enfraquecimento de uma nação perante aos seus princípios.
Em um país onde a segurança, a saúde e a educação são brutalmente abaladas, é difícil acreditar que ainda há salvação ou justiça capaz de abolir a corrupção exacerbada dos “poderosos”.

Meu minuto de silêncio hoje é para a morte cada vez mais iminente do Brasil.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

É tempo de despertar para o universo da leitura

Todos já ouviram falar da importância da leitura na educação de um ser humano, que o livro é o passaporte para a imaginação , que quem lê viaja, enfim por ai vai. Mas, convenhamos, como fazer com que uma pessoa que não tem o hábito de ler embarque, a saber, numa obra de Clarice Lispector? Talvez não passe da primeira folha, ou simplesmente logo no primeiro parágrafo abandonaria.

Dificilmente uma criança de 9 ou 10 anos vai se interessar em ler "Memórias Póstumas de Brás Cubas", Machado de Assis, um clássico da nossa literatura. E de um adolescente, que a única forma de exercitar a leitura é em sites de relacionamento na tela do computador na internet. Morreria de tédio lendo "The Secret", Rhonda Byrne, um dos livros mais procurados do momento.

Para fazer alguém descobrir o prazer da leitura, é preciso oferecer-lhe algo do seu interesse e dentro das possibilidades do leitor ainda cru e iniciante.

Dicas de leituras:
Crianças de até 6 anos: "A Arca de Noé" (Vinícius de Morais)
Criança e pré-adolescente (de 7 a 12 anos): “Meu Pé de Laranja Lima" (José Mauro de Vasconcellos)
Adolescentes (12 a 18 anos): "Falcão, meninos do tráfico" (Celso Athayde e MV Bill)
Mulheres jovens, solteiras e independentes: "Sexo na Cabeça" (Luís Fernando Veríssimo)
Homens Solteiros de até 40 anos: "Sombra das Chuteiras Imortais" (Nelson Rodrigues)
Acima de 60 anos: "Olhai os Lírios do Campo" (Érico Veríssimo)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Liberdade para se calar

Após seis anos da queda das Torres Gêmeas o acontecimento ainda é lembrado como um dos piores da história.

Hoje, em homenagem as vítimas, a cidade de Nova York fez um minuto de silêncio.O local escolhido para recordar o sexto ano do ocorrido, fica a poucos metros do "Marco Zero" de Manhattan e agora está em obras para a construção da Torre da Liberdade, ao menos a estátua não se sentirá sozinha.

Frente a tudo isso, o que é complexo entender é o comportamento de muitos estadunidenses que de tão apáticos, em sua maioria, parecem massinhas de modelar disponíveis nas cores vermelha, branca e azul, o que pode ser uma brincadeira até divertida para seus representantes, que conseguem misturar tudo só para ter o prazer de ver o que acontece. A reação dos norte americanos perante isso é esperada, eles se calam, afinal massinha não fala, na verdade nem boca tem.

O que fica disso tudo é como a ironia se faz presente, pois um país com dirigentes que se julgam protetores do mundo e da democracia, se de fato o fossem e demonstrassem respeito as vítimas de guerras e atentados, teriam que no mínimo calar-se para sempre, por tudo o que já cometeu ao mundo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Glúteos excessivamente descontraídos

Certo. A necessidade de se afirmar é uma constante. Utilizamos grupos de amigos para isso. Aos poucos vamos nos segregando e promovendo ridículos métodos de seleção artificial (isso mesmo, Darwin!). Por intermédio de um grupo sustentamos uma segurança precária que cobra como taxa sua personalidade e, muitas vezes, faz-se preciso ceder e aderir a práticas energúmenas.

Ficar fortinho e espancar minorias, catequisar-se com hóstias de ecstasy e atear fogo em índios e mendigos é a fogueira da inquisição da classe média juvenil nacional. Reflexos óbvios do marasmo cretino e falta de perspectiva de quem tem mais condições, mas não controla os hormônios. Engraçado é perceber o quão covarde são estes feitos. Raramente são presos adolescentes que praticaram algum crime por conta própria.

Ããã... Seria isso influência da mídia, dos videogames violentos e do heavy metal do demo? Pelo amor de Deus, alguém realmente acredita nisso? Infelizmente vai além, é a velha pressão social aliada à fraqueza de caráter. Ótimas educações nem sempre funcionam. Vamos lá... Todos sabemos... quem faz essas estapafurdices tem a necessidade de afirmar algo muito mole: a própria bunda.

domingo, 9 de setembro de 2007

Além do seu tempo

March Boedihardjo em seu primeiro dia de aula
(Foto: HKBU-HO/AFP)
Nem sempre o que separa uma criança da outra é só a língua. Um garoto chinês de 9 anos está na universidade e já passa pelo dilema de parte dos universitários, acha tudo uma chatice. Nos padrões de normalidade a chatice é só porque parte dos universitários "normais" dividem a universidade com uma vida cheia do lado de fora. O garoto, diz: "Aprendi isso um ou dois anos atrás" e completa falando que as aulas são "muito fáceis".

Mesmo com o dobro de idade desse menino, eu não julgo as minhas aulas muito fáceis e as dele também não são. Aprender matemática em chinês me soa no mínimo complexo.
O garoto foi aceito na universidade de Hong Kong, após receber notas A e B em exames na Inglaterra, aplicados a garotos de 18 anos.

A idade não diz nada nesse caso. Mas posso ver perfeitamente uma criança enclausurada em sua inteligência. A pouca idade provoca uma interação fria com os colegas de “infância”. Seus colegas de universidade: “apenas escutam a aula e não interagem uns com os outros” enquanto os antigos colegas de escola “queriam brincar”, completa.De qualquer forma, parabéns pelos neurônios e boa sorte na vida longe dos números.


fonte:
G1 - Gênio chinês de 9 anos diz que a faculdade está muito fácil e chata

sábado, 8 de setembro de 2007

Mais podres que seu brinquedo

"Já acertei muita vagabunda em São Paulo; jogava muito ovo estragado."

As atividades de lazer dos jovens burgueses sempre passaram à margem de qualquer crise social. Elas são renovadas conforme o tédio dos filhinhos de papai se sobrepõe ao descaso que sentem por qualquer outra pessoa não pertencente a sua frívola nata.

O recente fascínio desses luxuosos prepotentes é o bombardeio de ovos a desconhecidos, denominado pelo jornalista

Sérgio Augusto em nota para o Estadão como “ovação” ou Eggstasy - em referência à droga Ectasy que também foi febre entre eles. A diversão consiste em arremessos feitos do alto de suas residências, de carros em movimento ou de lugares onde o atingido não possa identificar o (ir)responsável pelo ato.

Além da covardia que a brincadeira representa por si só, há registros de inúmeras versões no site Youtube que dão a ela um enfático tom de comicidade.

O estopim para causar reprovação pública foi a bestial aparição do diretor do BBB, Boninho, no intitulado Ovos em Ipanema, admitindo já ter cometido a travessura e dando sua receita. Este vídeo foi primeiramente divulgado pelo participante João Eduardo Brizola no início de agosto e tirado do ar dois dias depois devido à polêmica repercussão atingida. O desrespeito que tem se alastrado na elite parece não ser suficiente para espantar uma sociedade habituada a esses foliões mal criados.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O papel da tecnologia

Muito se discute em relação à extinção dos impressos. Cada vez mais a tecnologia vem tomando o lugar de meios de comunicação tradicionais, tais como os jornais e livros. O The New York Times, dos Estados Unidos, publicou uma matéria intitulada “Os livros estão fora de moda?”, na qual discute-se o surgimento de aparelhos leitores de livros eletrônicos, tal como as próprias cópias digitais de livros, e as respectivas mudanças que provocaram. Pôde-se verificar que, apesar dos avanços tecnológicos, a idéia não se popularizou. Os livros continuam sendo o meio escolhido para leitura de obras, e seus consumidores ainda têm a possibilidade de exibi-los, trocá-los e doá-los.

O mesmo não pode ser dito quanto aos jornais. Uma
pesquisa internacional constatou que desde 2000 o número de leitores de jornal no Brasil despencou. A mídia digital vem ocupando o lugar dos jornais impressos, hoje em dia existem excelentes portais de noticias e informações disponíveis na Internet. Além disso, na última pesquisa, realizada em 2006, o Brasil ocupava o 50º lugar da lista de “Leitura de Jornais do Mundo”. Enquanto o primeiro colocado, o Japão, tem uma circulação média de 633,7 cópias por mil habitantes, no Brasil esse número cai para 45,3 cópias por mil habitantes. Uma queda drástica tendo em vista que tanto o território brasileiro, quanto sua população, é maior que a do Japão.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Prateleira de pixels

Pare agora e pense: quantos sebos você conhece e iria, neste exato momento, se estivesse em busca de um livro? Dá pra contar nos dedos, não é?

Mas por mais que você tenha uma boa gama de sebos listados, é humanamente impossível não gastar um bom tempo indo a todos eles ou até mesmo conseguir chegar a algum com a certeza de que realmente encontrará o livro procurado.

Foi por motivos como estes que o Estante Virtual nasceu, em outubro de 2005. Seu criador, André Garcia, desanimado com as andanças atrás de sebos e as poucas páginas na Internet relacionadas ao assunto, teve a idéia de criar um portal, onde hoje, reúne 657 sebos de 140 cidades.

Depois de uma estréia tímida, que contava com apenas 12 livrarias, 5 mil exemplares e, em média, dois livros vendidos por dia, o site, atualmente, contabiliza compras diárias que alcançam 1,3 mil títulos, 80 mil leitores cadastrados e vendas que já somam um valor aproximado de 2 milhões de dólares. Portanto, economize o sapato, esqueça a poeira das prateleiras, encontre aquele clássico que tanto procura por um preço módico e monte sua própria estante virtual através de poucos cliques.

Mas, se ainda assim, você adora todo o charme que só um sebo de estantes empoeiradas possui, aproveite para descobrir endereços de vários deles escondidos pela cidade. O Hominus Tetris selecionou alguns interessantes para serem visitados: clique aqui.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Reeducação de celular


Nesta terça-feira (28) foi aprovado o projeto de lei que proíbe o uso de celular em salas de aulas em todo o Estado de São Paulo. Para a lei vigorar ainda falta o governador do Estado sancioná-la. A norma valerá 90 dias após sua publicação. A idéia é fazer com que os alunos não se dispersem na aula com celulares, Mp3 e Ipod. O projeto é do deputado estadual Orlando Morando (PSDB).

Outro argumento que tem dado força é o que pretende coibir abusos como o caso de estudantes que usam o celular para colar nas provas. Na teoria, o aparelho já é proibido em algumas escolas estaduais, mas, na prática, os alunos usam o telefone até para falar com a mãe durante a aula.

Este é mais um sintoma de uma sociedade globalizada, que não aprendeu ainda a lidar com os avanços tecnológicos. Talvez tenha até aprendido, mas não sabe os limites, “onde o seu espaço termina quando o do outro começa”. O assunto reeducação alimentar é bombardeado em revistas de estética e semanal. Agora reeducação de celular é nova. Como a regra será nas escolas, onde a maior parte dos alunos são adolescentes, essa proibição irá pelo lado do “proibido é mais gostoso”. Se a lei vingar, os professores simplesmente terão seu trabalho dobrado.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Responsabilidade Pilantrópica

Quando alguém faz um ato de caridade, uma ação filantrópica e faz disso um grande anúncio acaba tornando-se autopromoção, certo?

Uma pessoa que ajuda outra e depois diz: "Nossa me sinto tão bem em ajudar". Faz isso porque gosta da sensação de sentir se bem consigo mesma ou o faz por entender que o homem deve ajudar-se mutuamente independente de qualquer coisa?

A divulgação exaustiva dessas ações só deixa claro que ninguém faz nada sem interesse.

O Mc Donalds tem o Mc Dia Feliz que arrecada parte da renda para campanha de combate ao câncer infantil mesmo comercializando alimentos altamente prejudiciais a saúde.

A Petrobrás mantém o projeto Tamar que visa à preservação das tartarugas marinhas embora tenha causado o derramamento de óleo no mar diversas vezes.

A filantropia, na maioria das vezes, é apenas uma medida paliativa para compensar erros, para apagar da memória uma imagem que ninguém quer vender e muito menos ter a culpa de comprar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Desligue a tv e grite: "Já acabeeeeeeeeeeei!"

Televisão é entretenimento. Pode e deve ser usada para educar, a intenção da rede publica é essa. Porém carece de fundos e assistência. O oposto acontece com a empresa privada Globo. Até canais abertos menores, na mesma situação dos públicos, tentam lucrar globalmente. O que todos têm em comum? A no mínimo, duvidosa qualidade.

Alienar é menos trabalhoso do que informar. Vagar de um canal para outro, durante uma tarde de sábado, equivale a assar o cérebro em um microondas. Programas de auditório subestimam e idiotizam o povo. Como? Simples. Adicione estereótipos, a três colheres de nudez e severas pitadas de “mondo cane”( love stories cafonas também colam).

Um dos pitorescos itens do freak show de tv nacional com o qual me deparei no final de semana, foi um programa de uma emissora pequena. Nada mais era do que uma desculpa para mostrar bundas e vender remédios de emagrecimento. Dançarinamodeloeartistas (bonecos de posto de carne), rebolavam ao som de um playback com alguns muchachos fingindo performar. É sério, quase nada de fácil acesso na tv presta. Apertar o on do controle poderia representar o abrir da janela para o mundo e não o puxar da descarga.

domingo, 2 de setembro de 2007

Cidadãos de Papel

Todos os problemas da educação reunidos em um mesmo lugar. Visões diferentes e parecidas ao mesmo tempo. Amigos e um ar de falsidade pintado por ficção. É o plano de fundo da peça dirigida por Ivam Cabral, baseada em Cidadão de Papel, livro do Gilberto Dimenstein. Os personagens usam os nomes de seus atores. E o texto foi feito a base de improvisos. Colégios como Porto Seguro e Vera Cruz e outros em bairros periféricos viraram laboratório.

Escritores e dramaturgos têm usado seu espaço para tratar do cotidiano dessa educação febril do país. Aulas muitas vezes tomadas por gritos e impaciência de professores mal remunerados e alunos desinteressados. O mundo com a sua inversão de valores e a educação cada mais vez à margem. Outro a usar um colégio como laboratório foi Santiago Nazarian. Ele freqüentou seu antigo colégio, assistiu às aulas e conversou com os alunos. Essa ficção se mistura a realidade e chama a atenção para coisas que esquecemos quando passamos da nossa adolescência. Eles procuram o que ninguém vê nas opiniões favoráveis ou não, ao sistema de cota, ao passe-livre. As questões políticas calcadas em vidas que ainda serão o futuro dessa nação.


Cidadão de Papel. 50 min. Livre. Teatro da Vila (99 lug.). R. Jericó, 256, Vila Madalena, 3258-6345. 6.ª e sáb., 20 h; dom., 18 h. R$ 20. Até 16/12

fonte: O Estado de São Paulo - Os Satyros levam diálogos à Vila

sábado, 1 de setembro de 2007

Causa plástica

A demanda por acessórios cômodos à vida doméstica já deu sinais de ser maior do que a capacidade de sua produção. Os sacos plásticos que o digam. Foram popularizados na década de 70 e desde então são a alternativa mais utilizada para o transporte de compras. Porém, a proveniência de combustíveis fósseis em sua fabricação tem preocupado os ambientalistas pela sua natureza não biodegradável: os saquinhos são acumulados aos montes pelas pessoas para depois serem revertidos em lixo comum.

Muitos consumidores não se dão conta do excesso e os jogam na lixeira tão logo chegam em casa. Como se não bastassem as milhares de toneladas do lixo produzido só em São Paulo, os poluentes saquinhos recém-usados também contribuem para agravar o problema. Diante disso, houve uma enxurrada de iniciativas ecológicas, como o incentivo à produção de sacos de plástico biodegradável e ao uso de sacolas próprias.

Ainda assim não foi o suficiente para que a população se impusesse energicamente nessa empreitada. Com a chegada da campanha mundial “Eu não sou de plástico”, que envolve estilistas de grifes na criação de sacolas reutilizáveis, espera-se atrair mais adeptos à causa. Faltava um apelo estético importado para que os brasileiros se motivassem.


Aderida por consumidores de diversos países, a bolsa reutilizável ganhou popularidade pelas mãos de estilistas.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Proibido proibir

Enquanto os índices de suicídio aterrorizam o Brasil (o último registro é de 7.987 mortes no ano de 2004), convivemos com pessoas públicas que fazem apologia a tal prática. Refiro-me a cantora Pitty, que em sua última música lançada “pulsos” aborda o tema suicídio de uma forma não ética. Ícones populares deveriam ter consciência sobre o que repassam ao público, no caso de Pitty esse público engloba predominantemente uma faixa etária de 10 a 15 anos, e torna-se ultrajante ouvir versos como “guarda os pulsos para o final, saída de emergência” proferido por crianças e adolescentes.

Temos um caso semelhante na mídia, a atual vereadora Soninha, quando trabalhava na rede Cultura, admitiu fumar maconha e foi punida por tal declaração, pois a prática é ilegal. O suicídio também é uma prática ilegal, porém a música da Pitty continuará tocando em rádios pelo Brasil, induzindo massas a cantar tal refrão.

Por outro lado, em 2006 foi lançado o projeto ComViver pelo Ministério da Saúde, que atende familiares e amigos de pessoas suicidas visando reduzir o impacto dos danos do suicídio numa população fragilizada. No momento estes são os esforços possíveis do Estado, pois, infelizmente, nesse caso, a liberdade de expressão joga contra.


Ouça a música "Pulsos" no MySpace, clicando
aqui.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Inversão de juízo

Kid Nation” é o nome de um reality show que está causando desaprovação nos Estado Unidos. Transmitido pela CBS o programa consiste em deixar um grupo de crianças, entre oito e 15 anos de idade, isolado em uma “cidade fantasma” do Novo México.
O intuito é ver como estas crianças conseguirão se livrar de todas as dificuldades do cotidiano e construir uma sociedade juntas, sem a ajuda de adultos.


O grande tumulto acontece pelo fato da atração ter levantado dúvidas sobre legalidade e ética. Algumas acusações indicam que as crianças foram submetidas a uma carga absurda de trabalho diário, uma garota sofreu queimaduras em um acidente de cozinha e outras duas crianças beberam cloro.

Como se não bastasse, os pais, além de afirmarem desconhecer a importância de 20.000 dólares que seus filhos poderão ganhar até o fim do programa, assinaram uma “renúncia de responsabilidade”. Termo que dá ao programa o direito de expor as crianças a condições de ferimentos corporais, doenças ou morte (causada inclusive por gravidez ou DST). Devido aos protestos, a certeza de que o programa realmente seja exibido está abalada. Tão abalada quanto o juízo destes pais.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Tem como esquecer do “relaxa e goza”?

Tem coisas que não se pode esquecer. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, sugeriu aos passageiros enfrentar as dificuldades nos aeroportos do país com um velho ditado: "relaxa e goza". O comentário foi feito numa quarta-feira (13/07/07), após o lançamento do Plano Nacional do Turismo.

Nem mesmo a ministra escapou de uma frase mal colocada. No contexto de uma sexóloga até pode parecer normal, porém, para uma Ministra pareceu um tanto como pejorativo e ofensivo. Este deslize causou vários transtornos para Sra. Marta Suplicy, que devido a uma série de chacotas e críticas, publicou até uma nota se explicando. Depois do acidente com o vôo 3054 da Tam no aeroporto de Congonhas, com mais de 200 mortos, tem como "relaxar e gozar"?

Por ser uma pessoa tão influente no governo e até já ter sido prefeita da maior metrópole brasileira, ela poderia ter pensado mais antes de dar esse tipo de declaração que soou até mal educado. Porque ela não está mais no meio de ensino sexual, e sim no cuidado de um ministério. Agora nos resta esperar para ver se a CPI do apagão aéreo vai surgir efeito. E a Sra. Suplicy, que tome cuidado com o que fala.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Qualidade semi-presente

As aulas semi-presenciais além de invariavelmente causar um grande desinteresse, pois muitas são enfadonhas, faz com que o aluno perca o vínculo natural que se cria na relação estudante/professor. As informações passadas acabam não se fixando, pois no momento em que as dúvidas surgem não é possível esclarecê-las já que não há o professor em tempo real.

Agora no que diz respeito às universidades, com certeza é de grande valia, pois além de contar com um novo espaço físico disponível, há ainda uma natural redução de gastos em virtude disso. Assim as universidades que optam por esse sistema geram uma rotatividade dos seus alunos e, consequentemente, mais salas disponíveis, logo mais alunos e maior lucro. Muitas novas faculdades privadas vêm surgindo, que logicamente visam lucratividade afinal são empresas, como tantas outras, só o que muda é o segmento.


Compreendo que pode até não haver uma preocupação e ética com a educação, mas ao menos que se tenha um interesse em fidelizar e satisfazer seus clientes, que são os estudantes que pagam pelo serviço oferecido. No momento em que as universidades visam primeiramente o retorno financeiro, a qualidade nem sempre se faz presente, assim como algumas aulas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Etiqueta Maqueada

Kelly Samara Carvalho dos Santos, 19 anos, foi presa na semana passada, em São Paulo, por estelionato, furto e falsidade ideológica. Cometia crimes desde os 13 anos em Mato Grosso do Sul onde foi criada pelo pai e avós que a expulsaram antes dos 18. O acompanhamento tutelar e a educação não foram suficientes para endireitá-la.

A jovem atribui os delitos a falta de atenção da mãe, o que terminou por aumentar o clichê da encenação holywoodiana. Não há como negar o caráter cinematográfico da história toda. Impressiona que alguém realmente se considere tão inatingível por seus atributos físicos e lábia. Ela conseguiu emitir cheques, roubar uma gravura de Miró e furtar se valendo de boa fé. Hoje em dia seus métodos seriam considerados ultrapassados.

A golpista viveu 6 meses nesse ritmo, e o que a entregou foi outro desajuste intensificado. Ou dois? A própria ganância e futilidade a condenaram, ao registrar um b.o. contra a advogada que retinha algumas de suas roupas de grife roubadas. A polícia desconfiou, investigou e algemou. Bem a tempo. Pior seria se essa Bonnie tivesse arrumado um Clyde.